A ArcelorMittal Brasil anunciou que vai paralisar as obras de expansão da Usina de João Monlevade, a princípio, de forma temporária. A decisão não afeta a mão de obra e a produção local. Apenas nos trabalhos das empresas terceirizadas que atuavam na estrutura no canteiro de obras.

Em nota, a empresa afirma que “frente ao cenário macroeconômico e às oportunidades de mercado, a ArcelorMittal Brasil vem revisando seu plano de investimentos e decidiu, por ora, paralisar as obras do projeto de expansão da Unidade de Monlevade. Como em todo projeto desse porte, a empresa acompanha o cenário macroeconômico e do setor siderúrgico no país, impactado pelo aumento das importações, e o crescimento da demanda por aço tem sido inferior ao previsto”.

A informação na tarde desta quarta-feira (18) também foi repassada ao presidente do Sindmon-Metal, Flávio Cordeiro de Paiva. A decisão frustra, mais uma vez, a expectativa de mais recursos e investimentos no município.

Conforme anunciado, a Usina de Monlevade receberia R$2,5 bilhões em investimentos. Além disso, após a expansão concluída, seriam gerados 1 mil empregos diretos.

As obras seriam para a implantação de uma nova sinterização, construção de um novo alto-forno, duplicação da aciaria, além da ampliação dos sistemas logísticos de recepção de matérias-primas e expedição.  A produção da usina é destinada tanto ao mercado interno quanto ao externo.

De acordo com Flávio Paiva, a justificativa da paralização é o mercado siderúrgico ocioso e lateralizado, além das importações do aço chinês. “Apesar de o governo ter taxado em 25% essas importações o mercado ainda não reagiu como o esperado. O mercado siderúrgico nacional tem imenso potencial, mas precisa de outras medidas para deslanchar”, disse o sindicalista ao A Notícia.

Ele reiterou que, nos próximos dias, haverá início da desmobilização das obras em andamento. “Uma paralisação assim não acontece de um dia para o outro”, disse Flávio.

Ainda na nota,  ArcelorMittal afirma que continua a acreditar no país e reafirma a importância da unidade de Monlevade para o negócio da empresa no Brasil e o seu papel de destaque, decorrente da produção de fio-máquina para aplicações especiais, sendo a única planta industrial no país a produzir steel cord voltado para o mercado automobilístico. “A empresa reforça ainda que prossegue investindo e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do município e região”, diz a ArcelorMittal.

Laminador 3 concluído

Conforme a empresa, o Laminador 3, que integra o projeto, foi concluído e está operando desde 2022, tendo atingido, no último mês de julho, a marca de 1 milhão de toneladas produzidas desde o início da sua operação. “O novo laminador duplicou a capacidade de produção de laminados da unidade e está em linha com a estratégia da empresa de ampliar a produção de produtos de alto valor agregado. Já as linhas de sinterização, alto-forno e aciaria serão paralisadas, e parte dos recursos será redirecionado para modernização da planta”, afirma  a siderúrgica.