A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira (2) os resultados da operação realizada ontem em João Monlevade. A ação visitou o gabinete do vereador Rael Alves (MDB) na Câmara Municipal e a casa de Matilde Aparecida “Cida” Romão, assessora do parlamentar e alvo do mandado de busca e apreensão. Os policiais recolheram um computador, cinco celulares e dezenas de documentos com indícios de falsificação.
A corporação investiga a falsificação do carimbo e da assinatura de uma médica, denunciada em maio pela própria profissional. As apurações continuam, com a análise do material recolhido. Além de “Cida”, o nome de Helbert Henrique Santos Ignácio, conhecido como “Tibel”, também foi associado ao escândalo, mas ele não foi alvo da ordem judicial cumprida ontem.
Relembre o caso
A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na Câmara de João Monlevade na manhã da quinta-feira (1º). Os policiais apreenderam um computador e objetos de trabalho de Matilde Aparecida Romão, conhecida como Cida Romão. Ela é uma das investigadas no caso de falsificação de assinaturas e do carimbo de uma médica em João Monlevade. Os documentos seriam usados para liberar pedidos de exames em nome da profissional (mas sem seu conhecimento) em unidades de saúde do município.
A médica denunciou o fato à polícia e as investigações começaram há cerca de dois meses e seguem em sigilo. Questionada pelo A Notícia, Cida alegou que não tinha nada a dizer à reportagem. Os policiais seguem agora para a residência dela, no bairro Teresópolis, em busca de mais elementos para a investigação.
A operação é executada pelos delegados Lucas Pena e Raphael Machado, além da escrivã Ana Clara Godoy.
Questionado, o vereador Rael Alves afirmou que não tinha conhecimento da operação de cumprimento das ordens judiciais, mas que, “de sua parte, não tem nada a temer”.
“Não tenho bola de cristal”
Questionado pelo A Notícia, o vereador Rael Alves afirmou, na manhã de ontem, que não tinha conhecimento da operação, mas que, “de sua parte, não tem nada a temer”. Porém, no fim da manhã, ele gravou um vídeo e falou mais sobre o assunto.
Rael afirmou que “Cida Romão” foi acusada por um assessor de outro parlamentar, que entregou o pedido num posto médico. O vereador justificou que sua funcionária permanece trabalhando porque ele “não possui bola de cristal”: “Não tenho como adivinhar quem está errado. Ela vai continuar trabalhando, porque temos de esperar a decisão da Justiça, para decidir quem está errado”.
O legislador reafirmou que jamais pediu a seus assessores para que fizessem nada errado, “mesmo porque não há precisão”, e que não é alvo da investigação. Mesmo assim, Rael Alves colocou-se à disposição para prestar esclarecimentos, dizendo-se tranquilo sobre o assunto: “Tenho trabalhado todos os dias, com muita seriedade, com dedicação”.
Presidente acompanhou
O presidente da Câmara Municipal, Fernando Linhares (Podemos), acompanhou a ação dos policiais no prédio do Legislativo, segundo ele, para garantir a lisura do processo. Ele disse que desde o início das investigações, colocou a Câmara à disposição, tanto da polícia quanto dos vereadores. Fernando Linhares destacou ainda que a nomeação de assessores nos gabinetes é responsabilidade dos parlamentares, sem interferência do Legislativo na rotina dos gabinetes dos vereadores.