(*)Erivelton Braz
Faltam praticamente dois meses para a campanha eleitoral começar e, em Monlevade, os opositores ao atual governo do prefeito Laércio (PT), ainda não encontraram um rumo. Bastou uma reunião na casa do casal de ex-prefeitos Carlos Moreira e Simone Carvalho, na última semana, para uma ruptura ocorrer na oposição e, pelo visto, sem chance de voltar atrás.
O pré-candidato do PP, Gustavo Breguêz, não concordou com Moreira no encontro e escancarou a gravidade dos temas tratados: negociação de cargo de vice, secretarias e demais cargos. “Não compactuo com a velha política”, afirmou e segue afirmando o jovem político.
Após o desastroso encontro que tinha justamente a intenção de fortalecer os opositores, eles ficaram mais divididos. É que a repercussão da presença de Moreira e Simone mostrou que os dois têm grande rejeição. Tanto que o pré-candidato Breguêz não quer mais caminhar com esse grupo e deve formar o seu próprio. Os demais também não querem proximidade com eles. Conceição Winter (PDT) diz que “não vê motivos para conversar com Moreira” e José Roberto Fernandes (Novo) afirma que sua pré-candidatura “não está alinhada com o referido casal”. Claro que, em política, de repente, tudo pode mudar.
Até o momento e, pelo visto, somente o PL, que tem como pré-candidato Luiz Carlos Freitas e a vereadores vários aliados de Carlos e Simone, deve seguir com eles.
Mas o que percebo é que falta, a todos os oposicionistas, uma narrativa que convença o eleitor de seus propósitos. Até agora, nenhum dos nomes se consolidou como precandidato viável, com chances de se tornar candidato após convenções e disputar as eleições com chances de vitória.
Para tanto, basta perguntar: o que cada um deles tem a dizer? Quais são propostas e propósitos para governar João Monlevade? O que a população pode esperar deles e o que os credencia para disputarem o pleito?
As experiências em diversas campanhas me ensinaram que vence eleição quem apresenta as melhores ideias. Quem tem os melhores projetos e apresenta, ainda que no papel, possíveis soluções para problemas comuns da população. Em anos e atuação no marketing e comunicação política e eleitoral, nunca vi político se eleger só criticando. Apontar erros é normal. Mas não pode ser o samba de uma nota só de quem procura a vitória.
Além disso, é preciso que o nome do pré-candidato da oposição, a essa altura, já fosse cotado como tal e conhecido de muitos. Se ainda não está “na boca do povo”, passou da hora de fazer isso acontecer. Afinal, só é votado quem é lembrado.
Enquanto isso, a situação está na dela, nadando, por enquanto, em “águas plácidas”. Isso diante da indefinição dos nomes dos adversários que, repito, ainda não se consolidaram como pré-candidatos competitivos.
Porém, se o governo que busca a reeleição não abrir os olhos, pode ser surpreendido. Não existe eleição ganha até a apuração final. Até o momento, o prefeito Laércio e seu grupo cercado por 12 partidos e centenas de pré-candidatos a vereador, aparece mais fortalecido.
Porém, precisa também de uma narrativa para um eventual segundo mandato: o que será feito? E por que não fez agora? O que vai melhorar? Quais falhas atuais serão corrigidas? Entre outros tantos pontos que merecem atenção.
O voto é fruto da esperança, porque o eleitor, no fundo, vota em si mesmo. Ele escolhe quem acredita que vai fazer o melhor por ele. E ganha, no fim, quem conta como fazer isso, da melhor maneira.
(*) Erivelton Braz editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação