O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) confirmou nesta quinta-feira (6), que a Justiça rejeitou um pedido de revogação da prisão do médico mastologista Danilo Costa, de Itabira, investigado por estupro e importunação sexual. Ele segue preso, à disposição da Justiça, na Unidade prisional de João Monlevade.
Na manhã de terça-feira (4), a Polícia Civil executou a prisão preventiva dele, que até agora é suspeito de atentar contra a dignidade sexual de oito mulheres. Segundo a corporação, pacientes em tratamento de câncer e funcionárias do hospital em que ele trabalhava estariam entre as vítimas.
A Polícia tomou conhecimento do caso quando uma das pacientes denunciou os supostos abusos. Eles teriam acontecido dentro do Hospital Nossa Senhora das Dores onde ele trabalhava. A violência sexual ocorreu durante tratamentos oncológicos e consultas. Após a primeira denúncia, a corporação recebeu mais relatos semelhantes, sobre episódios de violência sexual praticados pelo suspeito. Conforme a promotora Marianna Michieletto, a denúncia mais antiga é de 2015.
Medidas
Em virtude das denúncias, a Polícia Civil pediu a suspensão de seu passaporte e a realização de um mandado de busca e apreensão, enquanto o Ministério Público pediu a prisão do suspeito. Levando em consideração a gravidade das denúncias, a Justiça deferiu todos os pedidos. Após a realização dos trâmites exigidos pela lei, o médico foi encaminhado ao Sistema Prisional, onde permanece à disposição da Justiça.
Conforme o Ministério Público, a prisão preventiva, decretada pela 1ª Vara Criminal de Itabira, fundamenta-se na “garantia da ordem pública, diante da gravidade concreta do delito, supostamente praticado dentro de consultório, durante atendimento médico, bem como visando se evitar o cometimento de novos crimes”.
Segundo o delegado João Martins Teixeira, responsável pela condução do inquérito policial, “as denúncias realizadas serão apuradas com o maior rigor, e a Polícia Civil incentiva a população a relatar qualquer situação de abuso, garantindo total confidencialidade”.
Nota do hospital
O Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), divulgou na tarde de terça-feira (4) um comunicado à imprensa sobre a prisão do médico. Na nota, a casa de saúde manifestou apoio às vítimas, reforçando que não compactua com atos lesivos aos pacientes e que colabora com as autoridades nas investigações e que abriu um procedimento administrativo a respeito do caso. “Não faz parte dos valores e da história de 165 anos da instituição este tipo de conduta”, diz a instituição. O hospital informou que o médico está suspenso desde o dia 27 de janeiro de prestar atendimentos e realizar consultas e cirurgias. A instituição relembra ainda que abriu um procedimento administrativo para apurar as denúncias, e presta apoio às vítimas.