João Monlevade vive momentos de tensão política nos bastidores, com possíveis manobras do novo governo do prefeito Laércio Ribeiro (PT). Com mais de 25 mil votos, Laércio foi reeleito com os maiores índices da história, o que comprova a aprovação popular de sua gestão. No entanto, os rumores de um arranjo político para beneficiar os ex-vereadores não reeleitos, Gentil Bicalho (PT) e Gustavo Prandini (PCdB), dois nomes rejeitados nas últimas eleições, têm gerado descontentamento entre aliados, eleitores e até dentro do governo.

 

A suposta articulação em andamento envolve uma série de movimentações que, se confirmadas, podem comprometer a imagem do prefeito, que terminou a gestão anterior muito bem avaliado. A estratégia seria convidar o vereador Belmar Diniz (PT), que foi reeleito para o quinto mandato, para assumir a Secretaria de Educação. Com isso, abre-se espaço para que Gustavo Prandini, primeiro suplente, ocupasse sua cadeira na Câmara Municipal. Em seguida, Prandini seria deslocado para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, permitindo que Gentil Bicalho, também suplente, assumisse uma vaga no Legislativo.

 

Porém, conforme apurado, essa articulação tem causado indignação, especialmente, por envolver figuras políticas com histórico de rejeição. Gustavo Prandini, ex-prefeito de João Monlevade entre 2009 e 2012, é lembrado por uma gestão mal avaliada pela população. Tanto que nem tentou a reeleição. Ele também teve dificuldades, justamente, na área de desenvolvimento econômico, em relação às entidades de classe. Enquanto Gentil Bicalho foi derrotado em várias eleições, demonstrando clara falta de apoio popular.

 

Rejeição na Educação

Outro ponto polêmico do possível arranjo é a nomeação de Belmar Diniz para a Secretaria de Educação. A movimentação é vista como problemática devido à resistência interna na pasta. Belmar, segundo fontes, planeja substituir a atual equipe, que conquistou prêmios e deu resultados positivos, por aliados de sua confiança, gerando preocupação entre servidores e educadores.

 

A Secretaria de Educação é uma das áreas mais sensíveis do governo, já que há demandas por creches, problemas no Rota Escolar e exige habilidade de negociação com os professores. Além disso, conforme apurado, o temor da classe é que mudanças bruscas podem comprometer os avanços conquistados nos últimos anos e que coroaram a gestão de Laércio Ribeiro. Fontes afirmam que a nomeação de Belmar seria mais um movimento político do que técnico, para atender interesses partidários e se fortalecer diante do PT.

 

O governo Laércio conta com a imagem de gestor eficiente e alinhado com os interesses populares. No entanto, essa possível articulação para beneficiar Prandini e Gentil Bicalho pode ser vista como uma contradição aos princípios que o levaram à reeleição. Conforme apurado nos bastidores, alguns tentam convencer o prefeito para manter Belmar na Câmara , respeitando a vontade das urnas.

 

Nos bastidores, outro motivo para Belmar continuar no Legislativo exercendo papel de articulador e líder do governo é que Prandini, quando vereador, votou contra matérias importantes do governo Laércio. Entre essas, a criação da Fundação Parque do Areão, trabalhou nos bastidores para derrubar a reforma estrutural da Casa de Cultura e a Reforma Tributária, de interesses governistas. Além disso, ele estaria de olho nas eleições de 2028 como candidato a prefeito e poderia usar o cargo em primeiro escalão para se projetar e “trair” a gestão.

 

Ciúmes

O governo também “salvou” outro candidato derrotado ao Legislativo. Laércio nomeou Gustavo Maciel (Podemos) como Secretário de Obras, o que, também não foi bem visto por parte dos eleitos para a Câmara. Muitos ficaram com “ciúmes” pois entendem que a pasta garante visibilidade necessária para Maciel voltar como candidato nas próximas eleições. Porém, como apurado, ele já está se reunindo e conversando, tanto com os ex-colegas e com os parlamentares novatos, afim de minimizar qualquer polêmica.

 

O futuro da gestão

Belmar Diniz está em viagem e Laércio ainda não se manifestou oficialmente sobre o tema. Porém, segundo informações de bastidores, o chefe do Executivo está pressionado para resolver essa demanda. Enquanto isso não ocorre, os segundos e terceiros escalões ainda estão em aberto.
A expectativa agora recai sobre os próximos passos de Laércio, que precisa decidir, assim que Belmar retornar de viagem, se seguirá com as manobras políticas ou se preservará a confiança conquistada junto aos eleitores. As escolhas do prefeito nas próximas semanas serão determinantes para o futuro de sua administração e de seu legado em João Monlevade.