A Argentina tomou neste domingo (19) uma acentuada mudança de seus destinos políticos. O economista libertário Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, foi eleito presidente do país para os próximos quatro anos, com 55,69% dos votos do segundo turno. Ele venceu o atual ministro da Economia, Sergio Massa, candidato da coalizão Unión por la Patria, que representa o atual governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner e o peronismo.
Milei prometeu medidas drásticas para reverter a decadência argentina, como a dolarização da economia e a extinção do Banco Central, apagando grande parte do peronismo da vida do país. A Argentina arrasta-se há anos por uma aguda e prolongada crise econômica e social. A nação, uma das mais ricas do mundo no início do século XX, sofre com uma inflação que, em outubro de 2023, foi de 142% em doze meses. Segundo dados de 2020, 40% dos argentinos estavam abaixo da linha da pobreza, e 10% viviam em indigência.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parabenizou “as instituições e o povo argentinos” pelo processo eleitoral, desejando boa sorte ao novo governo e colocando o Brasil como parceiro da nação platina. No entanto, Lula, ideologicamente muito mais próximo a Massa, não mencionou o nome de Javier Milei. Já o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, parabenizou o novo ocupante da Casa Rosada, enfatizando o desejo de manter e aprofundar a cooperação entre Washington e Buenos Aires, “baseada em valores e interesses compartilhados”.
