Desde 1984
Brasil e o Mundo
13 de Novembro de 2023
Mina é interditada em Mariana e quase 300 podem ser transferidos
Reprodução - Google Mapas

A mina da Fábrica Nova, operada pela Vale em Mariana, foi interditada na sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Com isso, 295 pessoas devem ser removidas das áreas de risco. Conforme publicado pela jornalista Edilene Lopes, da rádio Itatiaia, a Vale inseriu no Sistema Eletrônico de Informações um documento que informa que as pilhas de rejeitos à frente da barragem estão instáveis. O risco é provocar um transbordamento, semelhante ao que aconteceu na mina Pau Branco, pertencente à Vallourec, em janeiro do ano passado. 

Conforme o jornal O Tempo, uma das localidades que seria atingida em caso de ruptura seria o distrito de Santa Rita Durão, que possui um rico patrimônio histórico tombado. Por conta disso, a ANM pediu a evacuação dos residentes. A desinterdição foi condicionada à apresentação de documentos que comprovem que estão estáveis e não apresentam risco as pilhas de estéreis PDE Permanente I, PDE Permanente II e PDE União Vertente Santa Rita. As estruturas devem ser vistoriadas nesta segunda-feira (13) pela Defesa Civil e pela ANM. 

Primeira cidade de Minas Gerais, Mariana já viveu o pesadelo de um rompimento de barragem de mineração. No dia 5 de novembro de 2015, uma estrutura de contenção da mina de Fundão arrebentou, liberando cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos. O “mar de lama” soterrou as localidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, pertencentes a Mariana, matando 19 pessoas, obrigando à remoção dos demais moradores e perdendo relevante patrimônio histórico. O material, altamente tóxico e repleto de metais pesados, chegou ao rio Doce, matando quase toda a sua biodiversidade e causando uma crise de abastecimento de água nos meses seguintes. (Com informações da rádio Itatiaia e do jornal O Tempo).